Professora desenvolve projeto que estuda cultura afro na matemática. Em Joinville (SC), programa de Etnomatemática leva jogos, gráficos, capoeira e búzios para a sala de aula. Todos os povos têm os seus saberes, seu acúmulo específico de
experiências, aprendizados e invenções. O raciocínio, a razão, o
pensamento lógico e abstrato, as capacidades de observar, comparar,
medir e selecionar, estão presentes em todas as sociedades. Em maio de
2016, foi dado início a atividade do programa Etnomatemática com 17
alunos do segundo ano da Escola de Ensino Médio Governador Celso Ramos,
em Joinville (SC).
A Afroetnomatemática é a vertente deste programa, que visa o estudo
dos aportes africanos e afrodescendentes à matemática. Sendo assim, são
abordados temas como o osso de Ishango, o jogo Mancala, fractais,
gráficos na areia (também conhecidos como gráfico de Sona),
capoeira e o jogo do búzio. Eles propiciaram aos alunos a construção de
situações problemas através da história para o estudo da probabilidade.
Este conteúdo faz parte da matriz curricular do segunda série do ensino
médio.
Conforme a Proposta Política e Pedagógica da escola, de forma
democrática e comprometida com a promoção do ser humano na sua
integralidade, o projeto estimula a formação de valores, hábitos e
comportamentos que respeitam as diferenças e as características próprias
de grupos e minorias. Desse modo, foi entendido neste projeto que
discutir relações étnicos raciais que permearam a construção desse país
deve ser uma obrigação de todos os cidadãos.
Através das pesquisas realizadas em sala de aula, foram abordados
vários conteúdos matemáticos através da história da África como, por
exemplo, frações na música, análise combinatória nos gráficos de Sona,
formas geométricas nos fractais, raciocínio lógico no jogo Mancala,
números primos no osso de Ishango, ângulos na capoeira e por fim,
probabilidade no jogo de búzios.
Cientes de que o racismo permanece vivo e atualizado pelo
desenvolvimento das relações de produção capitalistas contemporâneas,
através desse projeto repensamos a história dos africanos e de seus
descendentes, articulando os conflitos da humanidade como um todo.
Os temas abordados foram: O osso de Ishango e o jogo Mancala; os
fractais e os gráficos de Sona; a música africana; a capoeira e jogo de
búzios. Com os temas definidos, foi dado início as pesquisas para
elucidar o significado e a ligação de cada um com a matemática. Em
seguida, cada equipe apresentou em sala de aula a pesquisa em forma de
vídeo ou Power Point.
Para finalizar, foi realizada com as turmas do magistério uma oficina
sobre o jogo Mancala utilizando apenas caixas de ovos e sementes de
milho. O intuito era incentivar as alunas a trabalharem com jogo na
educação infantil, a qual a maioria já está inserida no mercado de
trabalho ou aplicando seus estágios.
Andreia Cristina Maia Viliczinski
Professora
de matemática na rede Pública de Ensino de Santa Catarina. Formada em
2007 em licenciatura plena em matemática pela Univille e pós-graduada em
ciências e tecnologia em 2017 pela Universidade Federal de Santa
Catarina. Finalista do Educador nota 10 de 2017. Ganhadora do Diploma de
Mérito Educacional do Conselho Estadual de Educação em 2017.
Sobre o Autor

Valdivino Sousa é Professor, Matemático, Pedagogo, Contador, Bacharel em Direito, Psicanalista e Escritor. Criador do método X Y Z que facilita na aprendizagem de equação e expressão algébrica com objetos ilustrativos. Autor de mais de 15 livros e têm vários artigos publicados em revistas e jornais. É programador Web e editor do blog Valor x Matemática News, Produtor de Conteúdo e Colunista Mtb 60.448. Semanalmente escreve para o portal D.Dez e TOP 10 News, sobre: Comportamento, Educação Matemática e Desenvolvimento da Aprendizagem. E-mail: valdivinosousa.mat@gmail.com Whatsap: 11 – –9.9608-3728 Veja Biografia